No âmbito da Unidade Curricular Processos Pedagógicos em Elearning, desenvolvemos a biliografia anotada de dois artigos de renomados autores. A seguir exponho as que desenvolvi:
Moran, Jorge Manuel (abril-2004). Perspectivas
(virtuais) para a educação. Disponível em <http://www.eca.usp.br/moran/futuro.htm.> (acesso em
21/11/2012)
Descrição
Este artigo foi escrito
pelo professor Jorge Manuel Moran, Doutor em Ciências da Comunicação pela
Universidade de São Paulo - Escola de Comunicações e Artes. Diretor de Educação
a Distância da Universidade Anhanguera-Uniderp, conferencista e responsável por
projetos em educação humanista inovadora presencial e a distância, professor de
Novas Tecnologias na Universidade de São Paulo (aposentado).
O autor aponta no artigo várias perspectivas
tecnológicas para o futuro da educação, no entanto, pondera que estes avanços
tecnológicos continuarão privilegiando uma parte da população brasileira.
Enfatiza a necessidade da reorganização do processo educacional, com novos
moldes, formatos, propostas e desafios. Demonstra a complexidade da educação
atual, inserida em uma sociedade cada vez mais exigente, complicada e rica, que
reconhece a necessidade da aprendizagem ao longo da vida, com a necessidade de
cursos cada vez mais flexíveis e dinâmicos, no tempo, no espaço, na
metodologia, na gestão de tecnologias e até na avaliação. Reconhece,
entretanto, que mesmo com o acesso aos recursos tecnológicos a educação
permanece em muitos casos com seu formato massificador, reproduzindo a
característica da própria sociedade. Já com relação às instituições enfatiza
que parte se preparará para a mudança,
ou seja, para a apropriação de tecnologias no processo de ensino-aprendizagem,
e parte prefere se preservar em seu comodismo, das antigas práticas. Entretanto, frisa que mesmo adotando
tecnologias de ponta, muitas escolas continuarão com suas propostas
conservadoras e utilização massificadora no ensino.
Aponta que a tendência será cada vez o da
aprendizagem significativa, na aprendizagem conjunta. Os cursos contemplarão
cada vez mais a interação, debate, desenvolvimento conjunto de projetos e
experiências, solução de problemas, com o uso intensivo de tecnologias
interativas audiovisuais e apoio
on-line. O processo de aprendizagem será cada vez mais personalizado. O foco na
aprendizagem será predominante, e o estudo será mais transdisciplinar. Haverá a tendência à globalidade , e
facilidade no acesso a cursos no exterior, principalmente em nível de
pós-graduação, sem ter que se deslocar ao exterior, e a superação da rigidez do
processo de certificação.
As
profissões ligadas à internet, comunidades virtuais e educação on-line, terão
maior destaque num futuro próximo. E em virtude disso, o perfil do profissional
esperado contemplará vários campos do conhecimentos, com várias competências e,
que aliem teoria e prática e enfrentem e resolvam problemas, que possam se apresentar.
O professor do futuro, em decorrência, será
multitarefa, orientará muitos grupos de alunos, dará consultoria a empresas,
treinamento e capacitações on-line e realizará pesquisas com colegas de outras
instituições. Os pesquisadores não precisarão morar perto, o importante é que
saibam trabalhar colaborativamente on-line.
Entretanto, este enfatiza o fato da escola
ser uma instituição mais tradicional que
inovadora. E demonstra a resistência que a mesma tem a mudanças, e que as
inovações nesta tendem a ser mais lentas. E que estas tendem a reproduzir no
virtual o modelo centralizador no conteúdo e no professor do ensino presencial.
Demonstra que há uma grande distância entre o preparo dos alunos, e dos
professores, já que muitos docentes ainda se encontram despreparados para a
apropriação do uso de tecnologias de informação e comunicação em contextos
educacionais.
Percebe-se, portanto, que suas reflexões
faziam sentido, pois diversos contextos por ele apresentados como tendência,
realmente se estabeleceram, e se apresentam hoje, para nós, como realidade.
Demonstra em seu texto que era e ainda é
necessária uma mudança de paradigma em contextos educacionais, que somente a adoção de tecnologias não fomentará um novo
fazer docente, mas sim a adoção de práticas pedagógicas diferenciadas e
inovadoras, fruto de um planejamento consciente, que foque o aluno como o
centro do fazer pedagógico e o professor como catalizador e mediador do
processo de ensino aprendizagem.
Silva, Marco e Claro, Tatiana (agosto/2007). A Docência Online e a Pedagogia da Transmissão. Disponível em < http://www.senac.br/BTS/332/artigo-7.pdf>. (Acesso em 21/11/2012)
Descrição
Este artigo foi escrito por Marco Silva, Mestre em
Educação pela Fundação Getúlio Vargas e Doutor em Educação pela Universidade de
São Paulo, é professor adjunto no Departamento de Educação a Distância da Faculdade de Educação da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro; e Tatiana Claro, Especialista em Supervisão Escolar pela Universidade
Candido Mendes e Mestranda em Educação
pela Universidade Estácio de Sá em Tecnologias – linha de pesquisa Tecnologias
de Informação e da Comunicação nos Processos Educacionais, é tutora a distância
do curso de Pedagogia do Consórcio CEDERJ/UERJ e professora de pedagogia em
instituições particulares. O artigo expõe reflexões sobre desafios que o
professor terá que enfrentar para
lecionar on-line, em virtude de ter que romper com os antigos paradigmas
educacionais referentes à pedagogia da
transmissão e da sala de aula presencial. Expõe as características da educação
on-line e de suas interfaces. Expõe o contexto sociotécnico contemporâneo e o
que o mesmo possibilita ao aluno e ao professor
e, também o que ocasiona no processo de ensino-aprendizagem, demonstrando que
faz-se necessária a transição da lógica de transmissão para a lógica da
interatividade à medida que há a
utilização da mídia do computador on-line.
Define e explica o contexto da sociedade em rede,
caracterizada por Levy (1999), ciberespaço e cibercultura. Enfatiza os desafios
que a educação online traz a docentes e
discentes, já que seus papéis sofrem profundas modificações, já que o
professor precisa aprender a
disponibilizar múltiplas experimentações, educando com base no diálogo, na
construção colaborativa do conhecimento, e na provocação à autoria criativa do
aprendiz. Enfatiza os preceitos de Paulo Freire – Construtivismo, Vigotsky –
Sociointeracionismo e Tardiff – Interações Concretas, demonstrando em que cada
uma destas fundamentam a aprendizagem online e conclui que o papel do professor
online é o de criar as possibilidades, a ambiência, o contexto de dialógica, de
colaboração e, de principalmente, interatividade, alerta entretanto que a
interatividade é um contexto de comunicação e não de informática, sendo a mesma
estabelecida entre humanos, humanos e máquinas e usuários e serviço. Sendo que o
professor que quiser lançar mão da interatividade atuará mais como propiciador
de múltiplas oportunidades e
experimentações, de múltiplas expressões , como provocador de inquietação
criadora, como arquiteto colaborativo de percursos em redes de conexões, como
mobilizador da experiência do conhecimento. E, o aprendiz adentra e opera com os conteúdos de aprendizagem propostos pelo
professor, inscrevendo sua emoção, sua intuição, seus anseios, sua imaginação,
sua inteligência, na perspectiva da co-autoria. Na sala de aula online o
professor favorece o diálogo e a
cooperação entre os estudantes.
Expõe o conceito de interface e demonstra quais as
mais utilizadas (fórum, chat, blog WWW, LMS) na educação online e suas
potencialidades. Chega a conclusão, então, que o papel do professor online é
oferecer possibilidades de aprendizagem disponibilizando conexões para a
recorrência e a experimentação, criando assim, condições para a socialização
na educação interativa.
Comentários
Boas escolhas, representa bem o que andamos a estudar e a forma como alguns estudiosos já pensam no ensino corporativo, e a nova profissão do prof. on line.
ResponderExcluirRicardo