sábado, 24 de novembro de 2012


No âmbito da Unidade Curricular Processos Pedagógicos em Elearning, desenvolvemos a biliografia anotada de dois artigos de renomados autores. A seguir exponho as que desenvolvi:



 

Moran, Jorge Manuel (abril-2004). Perspectivas (virtuais) para a educação. Disponível em <http://www.eca.usp.br/moran/futuro.htm.> (acesso em 21/11/2012)

 
Descrição

Este artigo foi escrito pelo professor Jorge Manuel Moran, Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo - Escola de Comunicações e Artes. Diretor de Educação a Distância da Universidade Anhanguera-Uniderp, conferencista e responsável por projetos em educação humanista inovadora presencial e a distância, professor de Novas Tecnologias na Universidade de São Paulo (aposentado).

O autor aponta no artigo várias perspectivas tecnológicas para o futuro da educação, no entanto, pondera que estes avanços tecnológicos continuarão privilegiando uma parte da população brasileira. Enfatiza a necessidade da reorganização do processo educacional, com novos moldes, formatos, propostas e desafios. Demonstra a complexidade da educação atual, inserida em uma sociedade cada vez mais exigente, complicada e rica, que reconhece a necessidade da aprendizagem ao longo da vida, com a necessidade de cursos cada vez mais flexíveis e dinâmicos, no tempo, no espaço, na metodologia, na gestão de tecnologias e até na avaliação. Reconhece, entretanto, que mesmo com o acesso aos recursos tecnológicos a educação permanece em muitos casos com seu formato massificador, reproduzindo a característica da própria sociedade. Já com relação às instituições enfatiza que  parte se preparará para a mudança, ou seja, para a apropriação de tecnologias no processo de ensino-aprendizagem, e parte prefere se preservar em seu comodismo, das antigas práticas.  Entretanto, frisa que mesmo adotando tecnologias de ponta, muitas escolas continuarão com suas propostas conservadoras e utilização massificadora no ensino.

Aponta que a tendência será cada vez o da aprendizagem significativa, na aprendizagem conjunta. Os cursos contemplarão cada vez mais a interação, debate, desenvolvimento conjunto de projetos e experiências, solução de problemas, com o uso intensivo de tecnologias interativas audiovisuais  e apoio on-line. O processo de aprendizagem será cada vez mais personalizado. O foco na aprendizagem será predominante, e o estudo será mais transdisciplinar.  Haverá a tendência à globalidade , e facilidade no acesso a cursos no exterior, principalmente em nível de pós-graduação, sem ter que se deslocar ao exterior, e a superação da rigidez do processo de certificação.

 As profissões ligadas à internet, comunidades virtuais e educação on-line, terão maior destaque num futuro próximo. E em virtude disso, o perfil do profissional esperado contemplará vários campos do conhecimentos, com várias competências e, que aliem teoria e prática e enfrentem e resolvam problemas, que possam se apresentar.

O professor do futuro, em decorrência, será multitarefa, orientará muitos grupos de alunos, dará consultoria a empresas, treinamento e capacitações on-line e realizará pesquisas com colegas de outras instituições. Os pesquisadores não precisarão morar perto, o importante é que saibam trabalhar colaborativamente on-line.

Entretanto, este enfatiza o fato da escola ser  uma instituição mais tradicional que inovadora. E demonstra a resistência que a mesma tem a mudanças, e que as inovações nesta tendem a ser mais lentas. E que estas tendem a reproduzir no virtual o modelo centralizador no conteúdo e no professor do ensino presencial. Demonstra que há uma grande distância entre o preparo dos alunos, e dos professores, já que muitos docentes ainda se encontram despreparados para a apropriação do uso de tecnologias de informação e comunicação em contextos educacionais.

 Comentários

 O autor enfoca neste artigo, de abril/2004, algumas tendências, ou seja, ele vislumbrou na data as tendências do panorama educacional para um futuro próximo, que é  hoje, 2012, ou dentro em breve.

Percebe-se, portanto, que suas reflexões faziam sentido, pois diversos contextos por ele apresentados como tendência, realmente se estabeleceram, e se apresentam hoje, para nós, como realidade.

Demonstra em seu texto que era e ainda é necessária uma mudança de paradigma em contextos educacionais, que somente a  adoção de tecnologias não fomentará um novo fazer docente, mas sim a adoção de práticas pedagógicas diferenciadas e inovadoras, fruto de um planejamento consciente, que foque o aluno como o centro do fazer pedagógico e o professor como catalizador e mediador do processo de ensino aprendizagem.

 

 
Silva, Marco e Claro, Tatiana (agosto/2007). A Docência Online e a Pedagogia da Transmissão. Disponível em < http://www.senac.br/BTS/332/artigo-7.pdf>. (Acesso em 21/11/2012) 

Descrição

Este artigo foi escrito por Marco Silva, Mestre em Educação pela Fundação Getúlio Vargas e Doutor em Educação pela Universidade de São Paulo, é professor adjunto no Departamento de Educação  a Distância da  Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; e Tatiana Claro, Especialista  em Supervisão Escolar pela Universidade Candido Mendes e Mestranda  em Educação pela Universidade Estácio de Sá em Tecnologias – linha de pesquisa Tecnologias de Informação e da Comunicação nos Processos Educacionais, é tutora a distância do curso de Pedagogia do Consórcio CEDERJ/UERJ e professora de pedagogia em instituições particulares. O artigo expõe reflexões sobre desafios que o professor terá que enfrentar  para lecionar on-line, em virtude de ter que romper com os antigos paradigmas educacionais  referentes à pedagogia da transmissão e da sala de aula presencial. Expõe as características da educação on-line e de suas interfaces. Expõe o contexto sociotécnico contemporâneo e o que o mesmo possibilita  ao aluno e ao professor e, também o que ocasiona no processo de ensino-aprendizagem, demonstrando que faz-se necessária a transição da lógica de transmissão para a lógica da interatividade  à medida que há a utilização da mídia do computador on-line.

Define e explica o contexto da sociedade em rede, caracterizada por Levy (1999), ciberespaço e cibercultura. Enfatiza os desafios que  a educação online traz a docentes e discentes, já que seus papéis sofrem profundas modificações, já que o professor  precisa aprender a disponibilizar múltiplas experimentações, educando com base no diálogo, na construção colaborativa do conhecimento, e na provocação à autoria criativa do aprendiz. Enfatiza os preceitos de Paulo Freire – Construtivismo, Vigotsky – Sociointeracionismo e Tardiff – Interações Concretas, demonstrando em que cada uma destas fundamentam a aprendizagem online e conclui que o papel do professor online é o de criar as possibilidades, a ambiência, o contexto de dialógica, de colaboração e, de principalmente, interatividade, alerta entretanto que a interatividade é um contexto de comunicação e não de informática, sendo a mesma estabelecida entre humanos, humanos e máquinas e usuários e serviço. Sendo que o professor que quiser lançar mão da interatividade atuará mais como propiciador de múltiplas  oportunidades e experimentações, de múltiplas expressões , como provocador de inquietação criadora, como arquiteto colaborativo de percursos em redes de conexões, como mobilizador da experiência do conhecimento. E, o aprendiz adentra e opera  com os conteúdos de aprendizagem propostos pelo professor, inscrevendo sua emoção, sua intuição, seus anseios, sua imaginação, sua inteligência, na perspectiva da co-autoria. Na sala de aula online o professor favorece o diálogo  e a cooperação entre os estudantes.

Expõe o conceito de interface e demonstra quais as mais utilizadas (fórum, chat, blog WWW, LMS) na educação online e suas potencialidades. Chega a conclusão, então, que o papel do professor online é oferecer possibilidades de aprendizagem disponibilizando conexões para a recorrência e a experimentação, criando assim, condições para a socialização na  educação interativa.

 Comentários

 Demonstra a mudança de paradigma educacional estabelecido através da “recente” educação online. Traça o perfil necessário do professor online, com suas competências e atribuições. Assim como, demonstra o novo perfil do aluno online, que toma para sí a responsabilidade pelo seu processo de aprendizagem, tornando-se ativo neste processo, e, estabelecendo a co-autoria. Trata-se de um artigo interessante e que possibilita a seu leitor, ter acesso ao panorama atual da docência e da aprendizagem online, enfatizando uma reflexão interessante e bem abordada.

Um comentário:

  1. Boas escolhas, representa bem o que andamos a estudar e a forma como alguns estudiosos já pensam no ensino corporativo, e a nova profissão do prof. on line.

    Ricardo

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