domingo, 17 de maio de 2009

Matéria de Jornal: ‘Quero provar que não há aluno ruim’ - Jornal Estado de São Paulo - Suplemento Vida Digital

11/05/2009
PAULO BLIKSTEIN 36 anos, engenheiro e professor
‘Quero provar que não há aluno ruim’
EVELSON DE FREITAS/AE


PILOTANDO - O Panelinha tem um estúdio próprio, que foi reformado para o oitavo aniversário do site
Brasileiro especialista em tecnologia aplicada à educação quer descobrir os talentos não revelados dos estudantes
BRUNO GALO
Ainda criança, o engenheiro e professor paulistano Paulo Blikstein, 36 anos, desmontava todo e qualquer objeto que encontrava pela frente em casa – um radinho de sua mãe costumava ser a vítima preferida. Para sua sorte, seu visionário avô Saulo sempre o incentivou a aprender mais sobre eletrônica, fato que hoje ele considera determinante para sua carreira.

Além disso, ele estudava em uma escola diferente (“da filha do educador brasileiro Paulo Freire, falecido em 1997” – e do qual é devoto) em que os alunos tinham a sua criatividade bastante estimulada. Apenas para se ter uma ideia do quão progressista era o tal colégio, os alunos não faziam prova, sequer tinham nota, e ainda participavam de discussões para combinar a grade curricular.

Aos 15 anos, atraído pelas novas tecnologias que então emergiam, Paulo ganhou de aniversário o livro Logo: Computadores e Educação, do pioneiro educador sul-africano Seymour Papert, em que ele apontava caminhos para o uso dos computadores no ensino.

Mais tarde, enfim, ele resolveu estudar engenharia na USP, decidido a se tornar um inventor de novos aparelhos. Consciente de que a referência de escola que tinha era bastante diferente da de seus colegas, durante a graduação, ele ficou intrigado com o fato de que muitos bons alunos não conseguiam aprender coisas básicas e percebeu que havia algo muito errado com aquele método de ensino, que ele classifica como tradicionalíssimo. “Por que não se poderia ensinar engenharia do jeito do Paulo Freire, do jeito do Seymour Papert?”, se perguntava Paulo, à época.

APRENDER PARA ENSINAR
Movido por esse incômodo, pouco tempo depois da sua formatura, ele se candidatou a uma vaga no grupo do próprio Papert, no Media Lab, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos EUA, um dos principais pólos da vanguarda mundial de pesquisa em novas tecnologias.

De lá pra cá, já se vão nove anos desde que Paulo migrou para estudar, sem nunca se esquecer do Brasil. “Meu trabalho só tem sentido se eu puder ajudar a melhorar alguma coisa na educação do nosso País”.

Mas, voltando à pergunta anterior, que jeito de se ensinar diferente seria esse afinal? “Entre outras coisas, Paulo Freire diz que a educação deve levar as pessoas do real para o possível, ou seja, deve ensinar que o conhecimento é uma arma de transformação do mundo. Já o Papert é o grande defensor daquilo que popularmente chamamos de aprender fazendo.”

E continua: “Portanto, em vez de aulas teóricas e de laboratórios com problemas inventados, o ensino de engenharia (mas não só ele) deveria colocar o aluno para resolver problemas reais, desde o primeiro ano. De preferência, problemas socialmente importantes como o saneamento básico, etc.” E conclui: “Daí, as aulas teóricas passam a ter mais sentido na cabeça do aluno. Ele precisa aprender cálculo, por exemplo, para saber dimensionar o novo sistema de esgoto que inventou, e não simplesmente para fazer uma prova.”

Em 2002, durante sua passagem no MIT, que durou três anos e lhe rendeu um mestrado, é que Paulo pôde finalmente colocar em prática algumas de suas ideias. Estimulado a pesquisar sobre educação e novas tecnologias, ele fez do dia-a-dia dos estudantes a base para o ensino de ciências, muitas vezes, afirma ele, ministradas nas escolas – não apenas brasileiras – como a chata continuação de fórmulas desconectadas da realidade. Em uma parceria entre o Media Lab e a Prefeitura de São Paulo, que mais tarde foi replicada em outros países, ele criou experimentos com alunos de escolas públicas, que buscavam resolver problemas da comunidade, como ligações clandestinas de eletricidade.

TODO ALUNO É BOM
Atualmente, após concluir um doutorado na Universidade de Northwestern, em Chicago, e ter sido assediado por algumas das principais universidades dos EUA, dá expediente na Universidade de Stanford, na Califórnia. Em termos de pesquisa, tem se dedicado a criar programas e sistemas que ajudem a “libertar” a criatividade e inventividade das crianças, como placas de robótica educativas, softwares de simulação científica, etc.

Além, ainda, da criação de modelos computacionais da cognição humana, que, segundo ele, irão ajudar a entender de forma mais profunda como funciona o aprendizado das crianças. Paulo diz crer que por meio dessas iniciativas conseguirá cumprir seu projeto de vida: “Quero provar que não há alunos ruins. Há apenas alunos com talentos não descobertos.”

Matérias de Jornais: Yahoo! testa concorrente para o Twitter produzido no Brasil - Jornal Folha de São Paulo

15/05/2009 - 12h50
Yahoo! testa concorrente para o Twitter produzido no Brasil
da Folha Online
O Yahoo! está testando um novo serviço de microblog, sistema que ganhou fama com o Twitter e seus textos curtos. O produto se chama "Meme" e foi desenvolvido pela unidade brasileira da companhia --por enquanto, o produto está em "fase alfa", de testes iniciais, e é preciso de convite para usar.
Além de postar textos e links, como ocorre no Twitter, o Meme permite colocar fotos, vídeos e músicas. O conteúdo aparece diretamente na página --não é preciso clicar em urls curtas, como ocorre no Twitter.
Reprodução

Meme permite que usuário faça postagem de vídeos, textos e áudio; empresa evita comparação com Twitter
O usuário tem acesso aos itens postados pelos amigos --e vice-versa. Na realidade, o produto do Yahoo! é bastante similar ao Tumblr, que permite postar textos, fotos, citações, links, conversas ou vídeos.
Enquanto no Twitter o lema é "o que você está fazendo", o Meme tem como mote ser o "lugar para compartilhar com o mundo tudo o que você encontrar de interessante".
Reprodução

Por enquanto, para usar o serviço é preciso conseguir convites
Um dos diferenciais do portal é o método de "repostagem", para repassar conteúdo postado por outros usuários, conhecido no Twitter como "retwitt" ou simplesmente "RT". O Meme mostra todos os internautas que repassaram aquela informação e permite fazer comentários sobre cada uma, em um espaço não tão exíguo quanto o do Twitter.
Procurado pela reportagem, o Yahoo! informou que não há informações sobre o lançamento oficial do serviço. Resta saber se o sistema, que está em testes desde abril, vai "pegar" entre os internautas, condição crucial para o sucesso de qualquer rede social.

sábado, 16 de maio de 2009

Voki